quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Porque cruzar o país de carro é mais divertido

Quem lembra desse filme?

Dia 11 de janeiro e, finalmente, parece que o ritmo frenético de fim de ano acabou.


As rotinas voltando a ser rotinas, o$ problema$ de ante$ voltando a preocupar... porque fim de ano é isso: a gente com a burra cheia de 13º salário e vivendo à larga, comendo bem, fazendo passeios, etc. etc. etc.


Apesar de sempre ter um economista no Fantástico ensinando como ter uma vida regrada e, ainda assim, sobrar dinheiro para as férias, aprendi uma valiosíssima lição com meus pais: não adianta nada ser prudente e guardar dinheiro para um futuro que nunca chega, quando se pode ter momentos de felicidade (e sim, leitores/as, ter dinheiro no bolso ajuda muito a ter momentos de felicidade) aqui e agora.


Meus pais, esses bastiões da economia, hoje têm um pequeno patrimônio... na terceira idade, conseguiram ter a tranquilidade de ter casa própria e de comprar um carro à vista, apenas com os rendimentos de aplicações. Eu os invejo por isso, admito.
Entretanto, os custos familiares desse acúmulo de capital sempre me deixaram meio magoadinho.

Durante toda minha infância e adolescência, nossas férias eram sempre as mais espartanas possíveis: apart-hotel do Candeias cheirando a mofo, enfrentar filas intermináveis nos mercadinhos das praias do litoral catarinense para comprar todo o necessário para cozinhar em casa todos os dias, viagens de 700km sempre de carro e, minha Nossa Senhora das Férias Frustradas, aquela frase que SEMPRE ouvi em todas as viagens em família à praia: QUAL VAI SER O DIA DE JANTAR FORA ESSA SEMANA?


Sei que pareço ingrato em dedurar meus pais por esse modelo econômico de passar férias. Sei que eles faziam isso com boas intenções. E sei que muitas famílias não conseguiram garantir férias no litoral a seus filhos. Acontece que agora que sou adulto, vejo com mais ceticismo a capacidade de a classe média poupar dinheiro. Certa vez uma querida amiga (marxista roxa, diga-se
en passent) fez uma livre interpretação de Karl Marx e me disse o seguinte:

"Marx disse que é uma falácia capitalista isso de o proletariado acumular dinheiro, só quem acumula é o detentor do capital. Já que não vou conseguir acumular mesmo, VOU GASTAR TUDO ATÉ O ÚLTIMO CENTAVO" (RENATA, Minha Amiga).


Virou um lema de vida, obrigado, Renata.

6 comentários:

  1. conheeeço essa vida luxuosa de viagem com família. a diferença é que vc se frustrou mas era o que seu pai tinha e tals, e eu que meu pai está apenas sendo pão duro mesmo?

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  2. Ah, nem sei se era só o que meus pais podiam não... sempre desconfiei de pãodurismo...

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  3. No caso do meu pai sempre foi pãodurismo.

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  4. Eu sou pão dura, e com orgulho, o Ju sabe, já me viu entrar e sair do Paraguai, sem comprar praticamente nada. Sempre tive pouco dinheiro disponível, meus pais nunca me levaram pra praia nas férias, aliás, não íamos a lugar nenhum. Quando me casei a coisa melhorou um pouco, meu ex era até legal, mas também não era muito de gastar.Fizemos boas viagens de barraca na praia. ahahahaha

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  5. Por mais pão dura que você seja, você nunca insistiu de a gente comprar coisas no mercado e cozinhar no albergue... hahahahaha

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  6. Quando era criança meu pai não gostava de me levar na escola em dia de chuva, quanto mais viajar.
    Um dia quem sabe eu não leve meus filhos imaginário para um passeio assim.

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