sexta-feira, 19 de julho de 2013

What choice do I have?



Brenda: Eu acho que é tudo apenas aleatório.
Nate: Sério?
Brenda: É. Nós vivemos, nós morremos. No fim das contas, nada tem sentido algum.
Nate: Como você consegue viver desse jeito?
Brenda: Sei lá, às vezes eu acordo tão desgraçadamente vazia que eu desejo nunca ter nascido. Mas que escolha eu tenho?

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Sentimentos são só sentimentos (capítulo 2)

POR QUE VOCÊ NÃO ME AJUDA, COMPUTADOR?
Faz tempo que pensei em escrever um texto sobre uma viagem que fiz no meu aniversário, em fevereiro. Mas olha, preciso descobrir uma fórmula de como produzir textos desvinculados dos sentimentos que tenho no momento de sentar à frente da tela do computador. 

E foram MUITAS as vezes que tentei escrever. Mas a vontade era de escrever sobre outras coisas, sobre aflições e desesperos e alegrias e satisfações que aconteciam no dia... enquanto isso, a viagem lá de fevereiro ficou em fevereiro mesmo, não compareceu no presente.

Será que é possível escrever sem se deixar levar pelo rio de sentimentos? Parece que essa vinculação não faz lá muito sentido, sabe? Poxa, escrever é escrever, é razão, é pensamento, é organização mental... e sentimentos, bem... são apenas sentimentos...

E daí que depois de fevereiro, zilhões de coisas aconteceram, provocando zilhões de sentimentos... e olha que viajar no meu aniversário para um lugar bacana era um sonho desde 2006. A vida simplesmente minou o contentamento todo que senti nessa viagem.

Se alguém quiser e, ou, puder me ajudar a escrever sem ser sobre algo urgente que está dentro do meu peito, por favor se pronuncie. Grato.

A direção.

sexta-feira, 5 de julho de 2013

E se sexo não fosse tudo na vida de alguém?

"Ele comentava sobre a esposa como se ela fosse um doce de pessoa, gentil, meiga, simpática, inteligente e compreensiva... ontem bati no apartamento deles e ela me atendeu. Me apresentei, disse que era colega de trabalho do marido dela, pedi um não-sei-o-que emprestado e só faltou ela cuspir na minha cara e me chamar de puta... que raiva dessa gente que acha que homem não pode ter amiga mulher, já acham que ele vai sempre querer comer ela ou ela vai sempre querer dar pra ele..."

E isso ocorreu em 2013. A esposa do amigo da minha amiga é pessoa supostamente esclarecida, da classe média e com alto nível educacional. Depois de entrar em contato com essa e algumas outras histórias, fico imaginando o quanto nossas vidas, nossas idéias, concepções, reações e sentimentos são calcados numa eterna e fantasiosa possibilidade de que as pessoas, quando possível, comerão umas às outras.

A supervalorização do sexo, assim como para minha amiga da história, é algo que me irrita de muitas formas. É como se todas as motivações humanas orbitassem a possibilidade de comer/ser comido(a); basta que o marido tenha uma amiga mulher que a esposa, automaticamente, já a encara como uma pistoleira capaz de seduzi-lo. O contrário também é válido: se a esposa tem um amigo homem, o marido logo imaginará que o cara só quer levar a mãe de seus filhos para a cama e ela, como boa safada, irá corresponder, obviamente. E não pensem que esse é um mal exclusivo entre heterossexuais: entre casais homo, muitas vezes basta que um(a) dos(as) dois/duas tenha ou queira ter amizades com outros(as) gays/lésbicas para que a situação seja tratada pelo(a) parceiro(a) como uma foda-para-acontecer-a-qualquer-momento.

Não digo que nunca sofri deste mal, não mesmo. Sou fruto da minha história cultural e "aprendi" que todo mundo está nessa vida apenas para se deitar nu pelas esquinas escuras da cidade com o(a) primeiro(a) que aparecer. Acontece que, à medida que o tempo passa, é necessário que outras coisas importantes ocupem nossos pensamentos e o sexo seja posto em seu devido lugar: coisa importante na vida, mas não A MAIS importante.

É como se não pudessem existir intenções de relacionamento baseadas em amizades, em interesses mútuos, em pensamentos compartilhados, em rir das mesmas coisas, em apoio desinteressado a alguém que se gosta. Como se a qualquer instante uma troca de afeto pudesse se tornar uma trepada. Ok, isso acontece sim, não sou ingênuo de negar... mas imaginem como seria o mundo se todos os seus amigos e amigas apenas quisessem tirar uma casquinha de você. Me parece uma limitação insensata do potencial de formação de vínculo que nós desenvolvemos ao longo de milhares de anos de evolução da espécie.

Sigmund Freud propôs, no início do Século 20, que a energia de vida é composta principalmente pela energia sexual, quebrando o tabu de se falar sobre sexo em uma época absolutamente conservadora. Entretanto, o próprio Sigmund, ao ver que suas idéias começaram ainda durante a sua vida a ser mal interpretadas, certa vez disse: "às vezes, um charuto é apenas um charuto", numa inequívoca alusão a interpretações sexuais feitas sobre o seu hábito de fumar.

Da mesma forma, às vezes, um amigo é apenas um amigo.