As
convenções internacionais consideram que uma pessoa está
devidamente alfabetizada quando ela é capaz de redigir uma
autobiografia em resposta a essa pergunta. Mas quem sabe, exatamente, descrever-se?
De
início, somos aquilo que nos ensinam que somos. E em algum momento,
é esperado que nós mesmos saibamos dizer por nós mesmos o que
pensamos, o que gostamos, como agimos e reagimos, quais são nossos
sonhos, nossas angústias...
sepulcros caiados |
Mas
não sei se existe alguém tão autoconsciente a esse ponto.
Escondemos nossos sentimentos de nós mesmos, mascaramos nossos
desejos (e nos traímos pelas nossas ações), passamos massa corrida
por todas as coisas que estão dentro da gente, tornando-nos uma
parede branca, lisa. Sem nem um grafiatto ou um chapiscadinho que
seja.
E
dói quando esse reboco é extraído à força. Nós gostamos de ser
muro branco.
Não sei quem sou eu em nenhuma língua.
ResponderExcluirEu gosto de quem eu sou e de algumas línguas. /aqueles
ResponderExcluirAutobiografias são, por principio, falsas, porque somos parciais sobre nós mesmos. Não sabemos quem somos porque nos falta visão do todo. Mas geralmente é chato não saber quem se é e ver alguém te obrigar a olhar de novo, e de novo, e de novo...
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