terça-feira, 15 de maio de 2012

Watashi wa dare ka?


"Quem sou eu?"

As convenções internacionais consideram que uma pessoa está devidamente alfabetizada quando ela é capaz de redigir uma autobiografia em resposta a essa pergunta. Mas quem sabe, exatamente, descrever-se?

De início, somos aquilo que nos ensinam que somos. E em algum momento, é esperado que nós mesmos saibamos dizer por nós mesmos o que pensamos, o que gostamos, como agimos e reagimos, quais são nossos sonhos, nossas angústias...

sepulcros caiados
Mas não sei se existe alguém tão autoconsciente a esse ponto. Escondemos nossos sentimentos de nós mesmos, mascaramos nossos desejos (e nos traímos pelas nossas ações), passamos massa corrida por todas as coisas que estão dentro da gente, tornando-nos uma parede branca, lisa. Sem nem um grafiatto ou um chapiscadinho que seja.

E dói quando esse reboco é extraído à força. Nós gostamos de ser muro branco.

3 comentários:

  1. Não sei quem sou eu em nenhuma língua.

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  2. Eu gosto de quem eu sou e de algumas línguas. /aqueles

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  3. Autobiografias são, por principio, falsas, porque somos parciais sobre nós mesmos. Não sabemos quem somos porque nos falta visão do todo. Mas geralmente é chato não saber quem se é e ver alguém te obrigar a olhar de novo, e de novo, e de novo...

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