terça-feira, 19 de novembro de 2013

Conectado e desconectado

Ontem lembrei do chori em La Boca. Da caipirinha na Praia Mole. Das rabas em Iguazu. Das incontáveis reuniões com os mesmos amigos no mesmo bar na 104 Sul. Lembrei daquela mancha de vinagre escuro que lhe ensinei a retirar com água com gás, naquele restaurante caro do shopping.

Lembrei das filas nos cinemas para assistir a qualquer filme muito ruim, só para passarmos mais tempo juntos. Das séries assistidas na tela pequena do computador, aquele com adesivo do Snoopy, ombros e cabeças encostados. E de quando você ficava acordado até a madrugada do meu lado entretido com seus jogos, enquanto eu dormia, plácido, agarrado à sua mão livre.

Lembrei também dos passeios às lojas, apenas para olhar. Sempre as mesmas lojas, sempre os mesmos produtos à venda, nada novo e mesmo assim tudo interessante. E que entre uma olhada e outra, eu falava em comprar algo tão útil quanto um jogo de espátulas para patê. E de que todas as vezes você me olhou com cara de "para que você precisa disso?" e que eu não entendia a sua praticidade para com a vida, praticidade que nunca tive.

Lembrei de tudo isso e me vieram à mente as risadas que demos juntos. E as lágrimas que rolaram paralelamente pelos nossos rostos. Risos e choros que quase sempre tinham os mesmos motivos.

E hoje eu acordei sorrindo e chorando. Sozinho.

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