Daqui alguns dias fará 12 anos que conheci a pessoa com quem mantive o mais longo relacionamento da minha vida. Quase metade desses 12 anos eu passei com ele e gente: isso é muito tempo. É e não é, parece que que os cinco anos de namoro passaram em o que, uma semana? Sim, muito rápido.
O interessante é que de todos esses anos que passamos juntos, as memórias estão cada vez mais... Apagadas? Não, não exatamente apagadas. Mas é como se todo esse tempo se resumisse a flashes de imagens e uma porção de auto-regras (perdoem-me pelo termo em psicologiquês, faltou expressão mais apropriada) sobre a pessoa.
Quando paro pra pensar nesse fulano, me surgem frases (as tais auto-regras) na cabeça como "aprendemos muito juntos", "ele me ensinou a ter mais iniciativa", "ele me traiu inúmeras vezes e eu perdoei todas". Mas, de fato, as imagens dessa história se perderam. Bem como os sentimentos agregados. Não consigo sentir o que eu senti na época.
Engraçado como nós costumamos dar tanto valor a sentimentos e imagens, enquanto a experiência nos mostra que estas são as coisas que menos perduram. Somos sim animais racionais, afinal de contas.
Vão-se os sentimentos/sensações/percepções, ficam-se os pensamentos.