segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sentimentos são só sentimentos

Daqui alguns dias fará 12 anos que conheci a pessoa com quem mantive o mais longo relacionamento da minha vida. Quase metade desses 12 anos eu passei com ele e gente: isso é muito tempo. É e não é, parece que que os cinco anos de namoro passaram em o que, uma semana? Sim, muito rápido.

O interessante é que de todos esses anos que passamos juntos, as memórias estão cada vez mais... Apagadas? Não, não exatamente apagadas. Mas é como se todo esse tempo se resumisse a flashes de imagens e uma porção de auto-regras (perdoem-me pelo termo em psicologiquês, faltou expressão mais apropriada) sobre a pessoa.

Quando paro pra pensar nesse fulano, me surgem frases (as tais auto-regras) na cabeça como "aprendemos muito juntos", "ele me ensinou a ter mais iniciativa", "ele me traiu inúmeras vezes e eu perdoei todas". Mas, de fato, as imagens dessa história se perderam. Bem como os sentimentos agregados. Não consigo sentir o que eu senti na época.

Engraçado como nós costumamos dar tanto valor a sentimentos e imagens, enquanto a experiência nos mostra que estas são as coisas que menos perduram. Somos sim animais racionais, afinal de contas.

Vão-se os sentimentos/sensações/percepções, ficam-se os pensamentos.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Necessidade

Preciso encontrar sorvete de soja, não dá pra comer um pote de sorvete regularmente calórico todas as vezes que fico triste.

amor sincero, amor verdadeiro

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Dupla maldição.

Quem procura acha.

Quem acha e não gosta, se fode duas vezes.

Uma por achar e outra por ter que lidar com a culpa por ter, inicialmente, procurado.

Cansei de ser eu mesmo.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Watashi wa dare ka?


"Quem sou eu?"

As convenções internacionais consideram que uma pessoa está devidamente alfabetizada quando ela é capaz de redigir uma autobiografia em resposta a essa pergunta. Mas quem sabe, exatamente, descrever-se?

De início, somos aquilo que nos ensinam que somos. E em algum momento, é esperado que nós mesmos saibamos dizer por nós mesmos o que pensamos, o que gostamos, como agimos e reagimos, quais são nossos sonhos, nossas angústias...

sepulcros caiados
Mas não sei se existe alguém tão autoconsciente a esse ponto. Escondemos nossos sentimentos de nós mesmos, mascaramos nossos desejos (e nos traímos pelas nossas ações), passamos massa corrida por todas as coisas que estão dentro da gente, tornando-nos uma parede branca, lisa. Sem nem um grafiatto ou um chapiscadinho que seja.

E dói quando esse reboco é extraído à força. Nós gostamos de ser muro branco.