Nada de flores, nem de bombons, nem de cartões. Dia das Mulheres é um dia de luta.
Luta contra a desigualdade de direitos entre os gêneros. Contra a diferença de poderes: "isso uma mulher pode, isso só um homem pode". Contra o rebaixamento dos símbolos de feminilidade, sejam eles ostentados por homens ou mulheres.
(Parêntesis para falar sobre homofobia: um homem também pode ostentar símbolos de feminilidade e uma mulher pode abdicar deles, se assim quiserem ou se sentirem à vontade. E ter relacionamentos afetivos e sexuais com pessoas do mesmo gênero não deve ser entendido como sinal de "sexualidade cruzada". E heterossexualidade não é o caminho natural, é um dos possíveis caminhos e todos são naturais)
É dia de levantar a voz e dizer que todos somos dignos de respeito. Que não é necessário se contentar com os papeis sociais e de divisão de trabalho que a sociedade insiste em imputar.
É dia de não querer ser tão bonita como a modelo ou a atriz. Ou é dia de querer ser sim bonita como a modelo ou a atriz, porém tendo consciência de que isso não é necessário. Ser mulher não é escolhido. Ser feminina pode ou não ser uma escolha.
Mulher não "pensa com o coração". Mulher pensa. Mulher decide. Mulher escolhe. Tal e qual os homens. Tratar mulheres como bonecas ou princesas, frágeis, dóceis e sentimentais, é tratar mulheres com condescendência: "deixa ela, pobrezinha, pensar que é esse o seu único poder"...
Mulher luta.
Parabéns não por ter "nascido mulher". Parabéns por ter "nascido ser humano".